JUNHO 2011
Cá estamos de novo...
Encontramo-nos nesse espaço que se estende entre nós e as palavras.
No exercício da busca manifesta-se, no rasto da tinta, o desenho inquieto das letras. Desenhamos o sentido com a régua e o esquadro da consciência. Com o compasso dos dias traçamos um conceito fechado em si mesmo.
Na Escola da Arte o Livro das Ideias.
Na Arquitectura da Palavra a Engenharia da Memória.
Na Biblioteca do Tempo a Leitura das Horas.
Entre nós e as palavras…
O único sentido possível.
MIGUEL PAIS
Entre nós e as palavras há metal fundente
entre nós e as palavras há hélices que andam
e podem (…) tirar do mais fundo de nós o mais útil segredo
entre nós e as palavras há perfis ardentes
espaços cheios de gente de costas
altas flores venenosas portas por abrir
e escadas e ponteiros e crianças sentadas
à espera do seu tempo e do seu precipício
Ao longo da muralha que habitamos
(…)
há palavras imensas, que esperam por nós
e outras, frágeis que deixaram de esperar
há palavras acesas como barcos
e há palavras homens, palavras que guardam
o seu segredo e a sua posição.
(…)
E há palavras e nocturnas palavras gemidos
palavras que nos sobem ilegíveis à boca
palavras diamantes palavras nunca escritas
palavras impossíveis de escrever
por não termos connosco cordas de violinos
nem todo o sangue do mundo nem todo o amplexo do ar
(…)
Entre nós e as palavras, os emparedados
e entre nós e as palavras, o nosso dever falar
YOU ARE WELCOME TO ELSINORE, MÁRIO CESARINY
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