12.2.09

lugar a...


“A partir de certa altura a Igreja começou a impor os bonecreiros, em vez de chamar artistas. A arte tem que ter uma chama, a capacidade de iluminar, por um lado, e imolar, por outro lado. E essa chama só os artistas podem acende-la.”

Excerto da entrevista a José Rodrigues em 23.01.2008, publicada no catálogo da exposição


“Eu, se conheço, conheço o homem artista. Raízes sólidas na Terra – os braços esticados para o nada; formatados de sonhos na agilidade segura dos seus dedos – em interrogação permanente nos traços que traça e apenas indicam; olhador de miragens – boémio do belo em sôfrego desassossego; semi-deus pecador.”

Excerto dos textos de Santos Mota, publicados no catálogo da exposição



“O teu lápis lança flechas inflamadas sobre nossos ombros. Triunfa por cima de todos os perfumes: os seios e os verdejantes rochedos da púbis, circundados de ouro e mirra, fortalecem o nosso amor enfermo. Não nos ofereces, é verdade, torta de uvas ou maçãs como nas escrituras. Mas o que nos ofereces basta para cantarmos a noite, toda a noite.”


Excerto dos textos de Maurício de Sousa publicados no catálogo da exposição



À medida que nos tornamos íntimos de cada uma destas obras, a riqueza dos múltiplos pormenores que se vão lendo, revelam... uma parcela, e que parcela do trabalho que uma vida dedicada à Arte, produziu, procurando, interrogando e interrogando-se.



“O caminho do Artista em busca do seu objecto é a procura de um rosto, revelado e ainda por descobrir.”

“Homem ou Cristo, simples mortal da rua, ou Filho de Deus?”




Excertos do texto de Arnaldo de Pinho publicado com o catálogo da exposição, “Uns passos da paixão”, Maio de 2000




Neste lugar a…,falamos do escultor José Rodrigues, lembrando que a sua exposição, “Aproximações ao Sagrado”, só está patente ao público até ao próximo dia 15 de Fevereiro na Cripta da Igreja de Senhora da Conceição na Praça do Marquês, aqui bem perto. Sábado e domingo o horário é das 16 horas às 20 horas. A entrada é livre.



“Os Anjos de José Rodrigues estão cheios de marcas, em sentido literal: marcados a ferros (ainda literalmente, no caso das peças fundidas) como se uma pele de cicatrizes cobrisse todo o corpo da figura e transportasse em si as texturas do imaginário e da matéria: sóis, luas, círculos, linhas, pontos, folhas, flores, ondas, etc. Como se essas cicatrizes fossem marcas da travessia, do percurso feito pelos anjos na sua aproximação aos homens.”




Excerto do livro “ O Terceiro Anjo”, de Nuno Higino







“O que dá religiosidade a uma escultura é o sentimento que o artista consegue transmitir na sua obra."


Excerto da entrevista a José Rodrigues em 23.01.2008, publicada no catálogo da exposição.

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